"Seja um bom menino
Seja um bom rapaz
Pratique bons esportes
Tenha bons ideais
Afinal de contas, o fim do mundo não é o fim do mundo
Mas se for o fim do mundo,
Descanse em paz."
sexta-feira, junho 30, 2006
quinta-feira, junho 29, 2006
Kalki
Estou lendo o livro Kalki, do Gore Vidal.
Faz tempo já, devido ao meu cansaço e ao hábito de ler antes de dormir.
Condizente com o momento, e repetindo as outras postagens, o livro é realmente SURPREENDENTE. E como é bom. Veio em boa hora, porque preciso me apaixonar urgentemente por um novo autor. Mas só no final do livro é que decidirei se Gore será minha próxima vítima.
A personagem principal, TEDDY (tá boa), é sonsa na minha opinião, e por isso estou vivendo a experiência inédita de amar um livro, sem amar seus personagens.
Com conteúdo pesado e surreal, o livro consegue ser leve. Imagino que Saramago poderia muito bem reescrevê-lo, e aí sim seria uma bomba. O contexto se parece com as catástrofes a que o mundo é submetido no mundo do Saramago. Como é narrado por TEDDY, nada lembra catástrofe. TEDDY toma Valium, o que não a deixa ter noção real das coisas que acontecem ao seu redor. Parece viver anestesiada. Que agonia.
Se TEDDY fosse criação de Saramago, já teria enlouquecido. E eu também.
Faz tempo já, devido ao meu cansaço e ao hábito de ler antes de dormir.
Condizente com o momento, e repetindo as outras postagens, o livro é realmente SURPREENDENTE. E como é bom. Veio em boa hora, porque preciso me apaixonar urgentemente por um novo autor. Mas só no final do livro é que decidirei se Gore será minha próxima vítima.
A personagem principal, TEDDY (tá boa), é sonsa na minha opinião, e por isso estou vivendo a experiência inédita de amar um livro, sem amar seus personagens.
Com conteúdo pesado e surreal, o livro consegue ser leve. Imagino que Saramago poderia muito bem reescrevê-lo, e aí sim seria uma bomba. O contexto se parece com as catástrofes a que o mundo é submetido no mundo do Saramago. Como é narrado por TEDDY, nada lembra catástrofe. TEDDY toma Valium, o que não a deixa ter noção real das coisas que acontecem ao seu redor. Parece viver anestesiada. Que agonia.
Se TEDDY fosse criação de Saramago, já teria enlouquecido. E eu também.
O Trapezista
quarta-feira, junho 28, 2006
Surpresa
É certo que a surpresa vem de surpresa.
........
Surpreendentemente presa. Pelo cheiro de abismo que exalam essas situações. Ou que eu exalo nessas situações. Porque na verdade o abismo está dentro de mim.
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Surpreendentemente presa. Pelo cheiro de abismo que exalam essas situações. Ou que eu exalo nessas situações. Porque na verdade o abismo está dentro de mim.
quarta-feira, junho 14, 2006
Vende-se ou Aluga-se
Faz quase um ano que a vi pela primeira vez. Percebi que estava disponível, aberta a visitação. Desde então, sempre que podia, mudava meu trajeto, só para, por alguns segundos poder observá-la, de longe. Voyeurismo mesmo.
Aconteceu no final de semana, mudei a rota novamente e lá estava ela, à luz do dia, mais bela e majestosa do que nunca, soberana, entre seus vizinhos pretenciosos. É agora, pensei. Parei o carro de sopetão, me aproximei decidida. O porteiro, numa cadeira velha: "Pois não?" - "Está em exposição? Posso dar uma olhada?" - "Fique a vontade".
Pé-direito de 4 metros, 450 metros de área construída. Forros de madeira. Janelas, muitas janelas. Ladrilho Hidráulico. Quintal. Cheiro de 5 geraçõs.
Quando nasceu não devia ser como suas colegas do bairro. Apesar de imponente, não chega a ser uma mansão. Outras haviam (algumas ainda permanecem), maiores, de estilo marcado, com requintes na ornamentação, salões com temas variados, jardins, afrescos. Seus progenitores, buscando salubridade, saíam da área central em busca de logradouros com maior altitude, mais ventilados, livre das inundações. Higiene-Higienópolis: Higiene - Pólis.
Meu coração estava quente. Minha mente, longe: "Restaurar o forro; consertar janelas, refazer algumas; prospecção pictórica (raspagem das camadas de tinta da parede até chegar na cor original, ou que sabe em alguma bela pintura); completar os ladrilhos que faltam... etc, etc"
Queria recuperá-la, habitá-la. Eu passaria o resto da vida trabalhando nela, só para ela, até deixá-la com a cara que tinha quando nasceu. E ainda a salvaria da morte.Mais da metade de seu preço se deve ao terreno, localização. Está ilhada entre as medonhas "mansões suspensas". As contrutoras ficariam muitos satisfeitas em substituí-la por um gigantesco exemplar da arquitetura "neo-clássica" (como gostam de chamar), 4 suítes, 5 vagas na garagem.
Sim, eu seria feliz, pode ter certeza.
Eu teria que ser TRILHONÁRIA, no mínimo. Para depois me tornar uma velhinha pobre e satisfeita.
Já me despedindo, na calçada, perguntei ao porteiro: "Tá difícil de vender?" - "Pois é, né? Se quem construiu tivesse colocado umas 20 vaga pra carro na frente, aí vendia fácil".
Aconteceu no final de semana, mudei a rota novamente e lá estava ela, à luz do dia, mais bela e majestosa do que nunca, soberana, entre seus vizinhos pretenciosos. É agora, pensei. Parei o carro de sopetão, me aproximei decidida. O porteiro, numa cadeira velha: "Pois não?" - "Está em exposição? Posso dar uma olhada?" - "Fique a vontade".
Pé-direito de 4 metros, 450 metros de área construída. Forros de madeira. Janelas, muitas janelas. Ladrilho Hidráulico. Quintal. Cheiro de 5 geraçõs.
Quando nasceu não devia ser como suas colegas do bairro. Apesar de imponente, não chega a ser uma mansão. Outras haviam (algumas ainda permanecem), maiores, de estilo marcado, com requintes na ornamentação, salões com temas variados, jardins, afrescos. Seus progenitores, buscando salubridade, saíam da área central em busca de logradouros com maior altitude, mais ventilados, livre das inundações. Higiene-Higienópolis: Higiene - Pólis.
Meu coração estava quente. Minha mente, longe: "Restaurar o forro; consertar janelas, refazer algumas; prospecção pictórica (raspagem das camadas de tinta da parede até chegar na cor original, ou que sabe em alguma bela pintura); completar os ladrilhos que faltam... etc, etc"
Queria recuperá-la, habitá-la. Eu passaria o resto da vida trabalhando nela, só para ela, até deixá-la com a cara que tinha quando nasceu. E ainda a salvaria da morte.Mais da metade de seu preço se deve ao terreno, localização. Está ilhada entre as medonhas "mansões suspensas". As contrutoras ficariam muitos satisfeitas em substituí-la por um gigantesco exemplar da arquitetura "neo-clássica" (como gostam de chamar), 4 suítes, 5 vagas na garagem.
Sim, eu seria feliz, pode ter certeza.
Eu teria que ser TRILHONÁRIA, no mínimo. Para depois me tornar uma velhinha pobre e satisfeita.
Já me despedindo, na calçada, perguntei ao porteiro: "Tá difícil de vender?" - "Pois é, né? Se quem construiu tivesse colocado umas 20 vaga pra carro na frente, aí vendia fácil".
quinta-feira, junho 08, 2006
Sobre personalidade
"Faço parte de uma ínfima minoria, integrada por monges trapistas, alguns matemáticos, noviças abobadas e uns poucos artistas, gente conservada na calda da mansidão à custa de poesia ou barbitúricos. Um clube de dementes de categorias variadas, malucos de diversos calibres. Gente esquisita, que vive alheia nas frestas da realidade. Só assim conseguem entregar-se por inteiro àquilo que consagraram como objeto de culto e devoção. Para viver num estado de excitação constante, confinados num território particular, incandescente, vedado aos demais. Uma reserva de sonho contra tudo que não é doce, sutil ou sereno. É o mais proximo da felicidade que podemos chegar, sustenta Shianberg.
Não sei que nome você daria a isso.
Bem, não importa muito, chame do que quiser."
Aquino, Marçal. "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios". p.229 - São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
Esse Marçal é de matar, ou não é?
Não sei que nome você daria a isso.
Bem, não importa muito, chame do que quiser."
Aquino, Marçal. "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios". p.229 - São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
Esse Marçal é de matar, ou não é?
Dedicação
Reservar um tempo. Mesmo que no final do dia, mesmo cansada, mesmo direto do trabalho, sem tomar banho. E estar, ficar, olhar, ouvir, rir muito com as amigas queridas.
Tem épocas em que cada um vai pra um lado. Mas que porre essa "vida de adulto"! O bom é o valor que a gente começa a dar a esses momentos de encontro.
É necessário dedicação sim. Ainda mais nessa cidade onde não esbarramos nunca com os amigos na rua, por acaso. Tem que combinar, organizar, programar, senão passou o mês e você esteve longe de todo mundo que gosta. Claro que é praticamente impossível reunir todos, principalmente quando se viveu já quase três décadas, morando em mais de cinco lugares diferentes... Haja coração e tempo pra caber todos os queridos.
Mas de pouquinho em pouquinho dá para ir preenchendo o vazio, rastro cruel que a saudade faz questão de deixar.
Tem épocas em que cada um vai pra um lado. Mas que porre essa "vida de adulto"! O bom é o valor que a gente começa a dar a esses momentos de encontro.
É necessário dedicação sim. Ainda mais nessa cidade onde não esbarramos nunca com os amigos na rua, por acaso. Tem que combinar, organizar, programar, senão passou o mês e você esteve longe de todo mundo que gosta. Claro que é praticamente impossível reunir todos, principalmente quando se viveu já quase três décadas, morando em mais de cinco lugares diferentes... Haja coração e tempo pra caber todos os queridos.
Mas de pouquinho em pouquinho dá para ir preenchendo o vazio, rastro cruel que a saudade faz questão de deixar.
sexta-feira, junho 02, 2006
E que venham os novos tempos!
Fim de semana com outras turmas. Outros ares. É preciso mesmo alterar a ordem das coisas, os rumos. E como sempre, meu ano só começa a ter uma cara, depois de maio. Será o frio? Ajuda sim. É assim sempre, passo todo o verão tentando entrar num eixo, e só quando o outono está no fim, que me vejo sentada na minha poltroninha(Jacobsen...rs)acomodada no meu lugar, no trem rumo ao destino. Será esse o motivo pelo qual começo minhas agendas anuais só em maio? Achei essa semana uma lindinha em promoção: 10 reais. Tá boa?
quinta-feira, junho 01, 2006
Doa-se sapatos
Depois se quase 1 ano com meu novo (porém ferrado) tornozelo, eu ainda me surpreendo. Existem coisas que eu já me conformei, por exemplo, já me conformei que já não posso fazer certos movimentos, que já não posso pular feito louca na balada, que não consigo mais fazer um grand plié em primeira posição, etc.
Por incrível que pareça, o que sempre me pega de surpresa são os sapatos. Está certo que eu não tenho várias opções, mas a idéia de ter que me desfazer de alguns por não conseguir mais ficar em cima deles me deixa arrasada...
Ontem coloquei um saltinho com o qual geralmente me dou bem. Mas ontem, justamente ontem, simplesmente não consegui andar. Trabalho sentada, os únicos percursos a pé que faço são: do carro até o escritório (quase 1 km) e do escritório até o restaurante e vice-versa. Na hora do almoço, quando a rua estava cheia de gente, saí do escritório já capengando por causa da maldita sandália. Ia bem devagarzinho. Passo-pára-passo-pára... patético... parecia uma anciã. E só pra piorar todas as pessoas me olhavam com um ponto de interrogação na testa. O mal-humor tomou conta de mim. Dois caras na calçada, pararam a conversa e ficaram observando a minha desgraça. Numa fúria momentânea eu também parei de andar, ou melhor, de me arrastar, para encarar os dois imbecis. E a frase na cabeça, que graças a Deus não saiu de lá: "QUE QUE FOI? NUNCA VIU UMA PESSOAQUECAIUDOTRAPÉZIO E TEM O TORNOZELO FODIDO E VAI TER QUE JOGAR METADE DE SEUS SAPATOS FORA? QUE QUE FOI?? TÁ BOM O ESPETÁCULO??"
Passei o resto do dia sentada e descalça.
Alguém quer uma sandália de saltinho, tamanho 36? Estou doando.
Por incrível que pareça, o que sempre me pega de surpresa são os sapatos. Está certo que eu não tenho várias opções, mas a idéia de ter que me desfazer de alguns por não conseguir mais ficar em cima deles me deixa arrasada...
Ontem coloquei um saltinho com o qual geralmente me dou bem. Mas ontem, justamente ontem, simplesmente não consegui andar. Trabalho sentada, os únicos percursos a pé que faço são: do carro até o escritório (quase 1 km) e do escritório até o restaurante e vice-versa. Na hora do almoço, quando a rua estava cheia de gente, saí do escritório já capengando por causa da maldita sandália. Ia bem devagarzinho. Passo-pára-passo-pára... patético... parecia uma anciã. E só pra piorar todas as pessoas me olhavam com um ponto de interrogação na testa. O mal-humor tomou conta de mim. Dois caras na calçada, pararam a conversa e ficaram observando a minha desgraça. Numa fúria momentânea eu também parei de andar, ou melhor, de me arrastar, para encarar os dois imbecis. E a frase na cabeça, que graças a Deus não saiu de lá: "QUE QUE FOI? NUNCA VIU UMA PESSOAQUECAIUDOTRAPÉZIO E TEM O TORNOZELO FODIDO E VAI TER QUE JOGAR METADE DE SEUS SAPATOS FORA? QUE QUE FOI?? TÁ BOM O ESPETÁCULO??"
Passei o resto do dia sentada e descalça.
Alguém quer uma sandália de saltinho, tamanho 36? Estou doando.
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