Estava dando uma relida em todas as postagens deste blog e me incomodou profundamente a forma que ele me pareceu ter um caráter, no geral, nostálgico.
E eu me cansei. Já não acho hoje que o tempo que passou foi melhor. O que aconteceu foi que, sem dó, apaguei vários textos e editei outros. Não me importa que fez parte de uma época. Essa melancolia não me desce mais. Mesmo porque, estou numa fase de enfrentar as coisas e não de ficar me lamentando. É isso.
Feliz ano novo para você também!
segunda-feira, dezembro 24, 2007
Sobre o improviso que a vida é
E então, depois de tudo, eu me sentei em sua Sarineen, como sempre fazia depois de tudo. Uma perna pendia sobre um dos braços da cadeira e a outra, esticada ,descansava sobre o seu pé deitado no sofá.
Finalmente fazia uma noite de verão em São Paulo, e a lua amarela, quase cheia, estava prestes a desaparecer atrás do prédio do outro lado da avenida.
Conversamos amenidades e fumamos uns cigarros. Eu disse que a tela do menino ficava ótima na parede vinho e ele disse que gostava que ela não ficasse tão aparente e óbvia para não enjoar os olhos, ou coisa parecida. O peixe continuava deitado no fundo do aquário e eu disse de novo que ele deveria ter um gato. Por fim, eu disse que ficaria com saudades e ele ficou me olhando sem dizer nada.
Tudo estava onde deveria estar.
Naquele mesmo dia, alguém havia me dito que a vida era jazz e não uma aula de ballet clássico.
Finalmente fazia uma noite de verão em São Paulo, e a lua amarela, quase cheia, estava prestes a desaparecer atrás do prédio do outro lado da avenida.
Conversamos amenidades e fumamos uns cigarros. Eu disse que a tela do menino ficava ótima na parede vinho e ele disse que gostava que ela não ficasse tão aparente e óbvia para não enjoar os olhos, ou coisa parecida. O peixe continuava deitado no fundo do aquário e eu disse de novo que ele deveria ter um gato. Por fim, eu disse que ficaria com saudades e ele ficou me olhando sem dizer nada.
Tudo estava onde deveria estar.
Naquele mesmo dia, alguém havia me dito que a vida era jazz e não uma aula de ballet clássico.
sexta-feira, novembro 23, 2007
LUTO
Morreu hoje aos 80 anos o coreógrafo francês Maurice Béjart.Béjart tem responsabilidade em boa parte da minha paixão pela dança.
Desde de muito pequena, ficava hipinotizada pela famosa cena do filme "Retratos da Vida" em que o Bailarino Jorge Donn dança "Bolero", assinada pelo coreógrafo.
Eu mesma já dancei Béjart. Sim, sem contar as vezes que, com o sofá da sala afastado, buscava a leveza e perfeição de Jorge Donn, enquanto o video cassete "voltava" a fita. Sempre uma frustração, já que "Bolero" parece ter sido criado exclusivamente para Jorge e para mais ninguém.
Na Bélgica, aos 18 anos, visitei o teatro onde ele criava sua arte. E o que foi criado, vivo está.
Meus sentimentos.
quinta-feira, abril 26, 2007
Our Lovely Punk Rockers
Não, eu não pedi autorização DELES para colocar esta foto aqui. Sabe o que é? É que eles estão acima dessas coisas.Eu não me lembro a idade que eu tinha quando OS conheci. Mas isso também não importa.
O que eu bem me lembro, é que muitos anos atrás, eu acordei um dia na praia, e não sei porque decidi que eu ia aprender a "pegar jacaré". Sim ELES surfam. Coloquei meu biquini, peguei a primeira prancha que eu encontrei das que estavam encostadas no hall de serviço, e assim eu cheguei na praia. Braaaanca, um cigarro numa mão e uma prancha na outra. E ELES me proporcionaram uma das mais deliciosas sensações que já tive: O JACARÉ. Eu deitada na prancha e Os três me empurrando, até que eu consegui!
Também já varei a madrugada, assistindo o empolgante e emocionante passar de fases DELES no Super Mário. Uma vez, eu estava presente, quando um deles, resolveu raspar o cabelo moicano. E eu ficava orgulhosa de sair ao lado DELE. Porque ele ficou lindo.
Sábado eles estavam assistindo o DVD do Pantera, que eu tanto ouvi noutros tempos.
Eu adoro quando a gente se encontra. E acho que eles nunca mais vão parar de crescer.
MY LOVELY PUNK ROCKERS &
BETA´S LOVELY PUNK ROCKERS
terça-feira, abril 24, 2007
A DIVA DO ELÉTROPUNK
Uma e meia da tarde. O copeiro me acompanha até a piscina. O som de um LP tocando Thelonious Monk vai ficando mais alto a cada passo. Já de longe a vejo, soberana. A Diva emagreceu. Sei que acabou de acordar e que a ressaca não vai permitir muitas trocas. Me aproximo calada, e calada me sento na cadeira de ferro fundido. Frente a frente com a Diva. Acordada? Não se sabe. Os óculos escuros maiores que uma noite inteira, me barram na porta do OI. Sim, acordada, leva o cigarro á boca e curte uma longa tragada. Cruza bem as pernas, mas o tamanco de verniz vermelho permanece firme em seu pé esquerdo, que está no ar.Na cabeça, uma toalha cor de laranja faz combinação com a sua pele queimada pelo sol. Nada que o bom Raquito de sol não resolva para ela.
Vejo que já tomou seu café da manhã, há num copo de cristal sobre a mesa, um restinho de whisky, que se foi cowboy. Ela me viu? Não sei dizer. Também não sei dizer quanto tempo fiquei ali, em silêncio, observando a Diva e seu mundo.
Me levanto para ir. Ouço, já de costas para ela, um longo suspiro e: "I´m better now..."
Não me viro, sigo caminhando. Penso que o tempo passou, mas uma Diva nunca envelhece.
ELA FOI. ELA É. ELA SEMPRE SERÁ.
ELA FOI. ELA É. ELA SEMPRE SERÁ.
A DIVA
DO ELÉTROPUNK.
*Foto de arquivo pessoal.
*Foto de arquivo pessoal.
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
Vinte e Nove

"Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
Já que você não me quer mais
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove com o retorno de saturno
Decidi começar a viver
...
E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez"
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Lembra?
Eu já andava mesmo sem um condicionador preferido. E visitando com meu pai sua cidade natal, onde passei muitas férias quando criança, resolvi encarar a nostalgia de verdade. No mercado da cidade, comprei o bom e velho NEUTROX por R$ 1,39 (!). Usava desde que me endendia por gente, até uns 12 anos de idade, quando os primeiros sopros da vaidade e cuidados com a aparência me introduziram à interminável busca por novos e promissores cosméticos.Cabelo de criança sempre é bom. E tanto faz usar este ou aquele shampoo, o resultado é sempre o mesmo. Mas a supresa foi que o retorno do bom e velho NEUTROX à minha vida foi maravilhoso! BRILHO - MACIEZ - CHEIRO DE INFÂNCIA... E doma a rebeldia dos fios!!! E o melhor: R$ 1,39...
Votem!
Durante uma noite de insônia, resolvi fugir de todos os pensamentos que não me deixavam dormir, e me dedicar ao meu blog. Depois de burramente visitar blogs que ajudam blogs e quase enlouquecer com a P. do HTML, vi que poderia atualizar meu blog rápidinho e facilmente aqui mesmo no Blogger. Só que agora já são 3:30h da manhã e a espertona aqui demorou uma noite inteira para chegar a essa descoberta. É que de tanto invejar os outros blogs, eu estava sentindo o meu muito caído.
Vamos lá, quero opiniões, respondam:
A - Ficou bem melhor
B- Ficou bom, mas dá pra melhorar
C - Tanto faz
D - Preferia o antigo
Vamos lá, quero opiniões, respondam:
A - Ficou bem melhor
B- Ficou bom, mas dá pra melhorar
C - Tanto faz
D - Preferia o antigo
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Nem vem
Porque aqui, amor
São outros quinhentos
Não me venha as suas neuróses
Porque aqui, amor
É Berlândia e Bossa nova
São outros quinhentos
Não me venha as suas neuróses
Porque aqui, amor
É Berlândia e Bossa nova
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
Vontades - Vai Passar
sábado, fevereiro 10, 2007
Uff!!
Ufa! Acreditam que eu já estou aqui?
Pois estou. Em casa.
Tanto medo e receio. Mas não atoa. Ok, deu tudo muito certo, certinho, mas revivi algumas cenas da última vez que estive naquele hospital. Um ano e meio atrás, fiquei dez dias lá. Muita dor. E os médicos só diziam: "Foi muito grave".
Indo com minha malinha de volta prá lá: mesmo médico, alguns mesmos enfermeiros, a mesma perna, para dar o ajuste final. E eu só pensava no pior. Pois ningúem dá garantia nenhuma até que tudo esteja de fato resolvido.
E foi tudo diferente, tudo rápido, sem dor. Igual foi a gentileza dos médicos e funcionários do hospital, que fizeram (como da outra vez) questão de criar um ambiente confortável, simpático e acolhedor.
Aqui, de muletas estou é muito aliviada.
Ufa!!!
Pois estou. Em casa.
Tanto medo e receio. Mas não atoa. Ok, deu tudo muito certo, certinho, mas revivi algumas cenas da última vez que estive naquele hospital. Um ano e meio atrás, fiquei dez dias lá. Muita dor. E os médicos só diziam: "Foi muito grave".
Indo com minha malinha de volta prá lá: mesmo médico, alguns mesmos enfermeiros, a mesma perna, para dar o ajuste final. E eu só pensava no pior. Pois ningúem dá garantia nenhuma até que tudo esteja de fato resolvido.
E foi tudo diferente, tudo rápido, sem dor. Igual foi a gentileza dos médicos e funcionários do hospital, que fizeram (como da outra vez) questão de criar um ambiente confortável, simpático e acolhedor.
Aqui, de muletas estou é muito aliviada.
Ufa!!!
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
Até mais
Amigo-lhes,
Fui ali tirar uns pedacinhos de titânio e outros metais que tenho dentro do tornozelo e já volto.
Beijos
Fui ali tirar uns pedacinhos de titânio e outros metais que tenho dentro do tornozelo e já volto.
Beijos
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
Vai-que-vai
Se eu vivesse lá no Buriti-Bom, junto com Dona Lalinha, com Dona Maria da Glória e Iô Liodoro, será que seria mais quietinha? Será que dormiria cedo? Será que jantaria na hora do jantar e acordaria na hora de acordar? Será que dentro de mim vive um bicho-carpinteiro, que vou levar pra onde eu for?
Todo o meu corpo, minha mente, minha alma esqueceram o que é disciplina. A raíz, que eu tanto prezo, que prende a árvore na terra. E minha raíz é replantada num novo vaso a cada ano. Eu não gosto. Se é a gente que guia os caminhos, porque é que eu não páro? Se eu não páro é porque ainda não deve estar bom.
Todo o meu corpo, minha mente, minha alma esqueceram o que é disciplina. A raíz, que eu tanto prezo, que prende a árvore na terra. E minha raíz é replantada num novo vaso a cada ano. Eu não gosto. Se é a gente que guia os caminhos, porque é que eu não páro? Se eu não páro é porque ainda não deve estar bom.
terça-feira, janeiro 16, 2007
Tudo ao mesmo tempo agora II
"Primeiro vem o dia. E, engraçado: ACONTECE - TUDO - NAQUELE - DIA.
Depois vem a noite, que é a melhor parte.
Depois vem o dia de novo.
E não para nunca."
Trecho da fala de uma personagem do filme Amarelo Manga.
Depois vem a noite, que é a melhor parte.
Depois vem o dia de novo.
E não para nunca."
Trecho da fala de uma personagem do filme Amarelo Manga.
sexta-feira, janeiro 12, 2007
É assim
Eu bem sei que você nunca vem aqui. E se algum dia vier, não será por acaso, por gostar de ler blogs ou para saber o que penso, como anda a minha vida. Virá certamente por insistência minha.
Eu bem sei qual é o papel que você ocupa na minha vida. O papel que deveria pertencer ao ator principal do meu horário nobre. Mas você faz questão e deixa claro que fará apenas uma ponta, quase uma figuração. E assim eu sempre permito que você entre em cena. Sem precisar estudar textos, fazer laboratório, nem ensaiar nada. Apenas ilustrando, preenchendo o vazio do meu cenário.
Eu nunca entendi qual papel eu ocupo na SUA vida. Já cheguei a fazer a mocinha no papel principal. Mas de todos os dias que se passaram desde que te conheci, a maior parte das vezes, improviso um monólogo, no primeiro horário da manhã. Aos domingos.
Eu bem sei qual é o papel que você ocupa na minha vida. O papel que deveria pertencer ao ator principal do meu horário nobre. Mas você faz questão e deixa claro que fará apenas uma ponta, quase uma figuração. E assim eu sempre permito que você entre em cena. Sem precisar estudar textos, fazer laboratório, nem ensaiar nada. Apenas ilustrando, preenchendo o vazio do meu cenário.
Eu nunca entendi qual papel eu ocupo na SUA vida. Já cheguei a fazer a mocinha no papel principal. Mas de todos os dias que se passaram desde que te conheci, a maior parte das vezes, improviso um monólogo, no primeiro horário da manhã. Aos domingos.
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